linha do tempo da bíblia

Cativeiro Babilônico


Atos 7.38-43
Este é um triste fato na história do povo de Deus. Depois de conquistar a sua terra prometida foram levados como escravos para a Assíria e Babilônia. Os profetas avisaram o povo de Deus que sobre sua desobediência, mas não acreditaram.
Em 722 a.C. os exércitos de Salmanasar, rei da Assíria invadiram e destruíram Samaria levando cativo o povo de Israel. O reino de Judá ainda permaneceu por muitos anos embora fosse forçado a pagar impostos ao império Assírio. Após a queda do império Assírio pela Babilônia o rei Zedequias se revoltou e em 587 a. C. o rei Nabucodonosor invade Jerusalém, destrói o Templo e leva o povo cativo para a Babilônia onde ficou cerca de setenta anos.
Depois da reconstrução de Jerusalém e do templo o povo pôde voltar para sua terra. Os livros que contam esta história são: II Reis e II Crônicas, Isaías  Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amos, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, Esdras, Neemias, Rute e Ester.

O Cativeiro Babilônico

Os babilônios permitiram que os exilados do reino de Judá formassem famílias, construíssem casas, cultivassem pomares (Jr 29.5-7) e chegassem a consultar os seus próprios chefes e anciãos (Ez 20.1-44); e, igualmente, permitiram-lhes viver em comunidade, em um lugar chamado Tel-Abibe, às margens do rio Quebar (Ez 3.15). Assim, pouco a pouco, foram-se habituando à sua situação de exilados na Babilônia.
Em semelhantes circunstâncias, a participação comum nas práticas da religião foi, provavelmente, o vínculo mais forte de união entre os membros da comunidade exilada; e a instituição da sinagoga teve um papel relevante como ponto de encontro para a oração, a leitura e o ensinamento da Lei, o canto dos Salmos e o comentário dos escritos dos profetas.
Desta maneira, com o exílio, a Babilônia converteu-se num centro de atividade religiosa, onde um grupo de sacerdotes entregou-se com empenho à tarefa de reunir e preservar os textos sagrados que constituíam o patrimônio espiritual de Israel. Entre os componentes desse grupo se contava Ezequiel, que, na sua dupla condição de sacerdote e profeta (Ez 1.1-3; 2.1-5), exerceu uma influência singular.
Dadas as condições de tolerância e até de bem-estar em que viviam os exilados na Babilônia, não é de estranhar que muitos deles renunciassem, no seu tempo, regressar ao seu país. Outros, pelo contrário, mantendo vivo o ressentimento contra a nação que os havia arrancado da sua pátria e que era causa dos males que lhes haviam sobrevindo, suspiravam pelo momento do regresso ao seu longínquo país (Sl 137; Is 47.1-3).

Retorno e restauração

A esperança de uma rápida libertação cresceu entre os exilados quando Ciro, rei de Anshan, empreendeu a sua carreira de conquistador e fundador de um novo império. Elevado já ao trono da Pérsia (559-530 a.C.), as suas qualidades de estrategista e de político permitiram-lhe superar rapidamente três etapas decisivas: primeiro, a fundação do reino medo-persa, com a sua capital Ecbatana (553 a.C.); segundo, a conquista de quase toda a Ásia Menor, culminada com a vitória sobre o rei de Lídia (546 a.C.); terceiro, a entrada triunfal na Babilônia (539 a.C.). Desse modo, ficou configurado o império persa, que, durante mais de dois séculos, dominou o panorama político do Oriente Médio.
Ciro praticou uma política de bom relacionamento com os povos submetidos. Permitiu que cada um conservasse os seus usos, costumes e tradições e que praticasse a sua própria religião, atitude que redundou em benefício aos judeus residentes na Babilônia, os quais, por decreto real, ficaram com a liberdade de regressar à Palestina.
O livro de Esdras contém duas versões do referido decreto (Ed 1.2-4 e 6.3-12), no qual se ampararam os exilados que quiseram voltar à pátria. E é importante assinalar que o imperador persa não somente permitiu aquele regresso, mas também devolveu aos judeus os ricos utensílios do culto que Nabucodonosor lhes havia arrebatado e levado à Babilônia. Para maior abundância, Ciro ordenou também uma contribuição de caráter oficial para apoiar economicamente a reconstrução do templo de Jerusalém.
O retorno dos exilados realizou-se de forma paulatina, por grupos, o primeiro dos quais chegou a Jerusalém sob a liderança de Sesbazar (Ed 1.11). Tempos depois iniciaram-se as obras de reconstrução do Templo, que se prolongaram até 515 a.C. Para dirigir o trabalho e animar os operários contribuíram o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué, apoiados pelos profetas Ageu e Zacarias (Ed 5.1).
O passar do tempo deu lugar a muitos problemas de índole muito diversa. As duras dificuldades econômicas às quais tiveram que fazer frente, as divisões no seio da comunidade e, muito particularmente, as atitudes hostis dos samaritanos foram causa da degradação da convivência entre os repatriados em Jerusalém e em todo Judá.
Ao conhecer os problemas que afligiam o seu povo, um judeu chamado Neemias, residente na cidade de Susã, copeiro do rei persa Artaxerxes (Ne 2.1), solicitou que, com o título de governador de Judá, tivesse a permissão de ajudar o seu povo (445 a.C.). Neemias revelou-se um grande reformador, que atuou com capacidade e eficácia. A sua presença na Palestina foi decisiva, não somente para que se reconstruíssem os muros de Jerusalém, mas também para que a vida da comunidade judaica experimentasse uma mudança profunda e positiva (cf. Ne 8—10). 
Artaxerxes investiu, também de poderes extraordinários, ao sacerdote e escriba Esdras, a fim de que este, dotado de plena autoridade, se ocupasse de todas as necessidades do Templo e do culto em Jerusalém e cuidasse de colocar sob a lei de Deus tanto os judeus recém-repatriados como os que nunca haviam saído da Palestina (Ed 7.12-26). Entre eles, promoveu Esdras uma mudança religiosa e moral tão profunda, que, a partir de então, Israel converteu-se no “povo do Livro”. A sua figura ocupa nas tradições judaicas um lugar comparável ao de Moisés. Com relação às referências a Artaxerxes no livro de Esdras (7.7) e no de Neemias (2.1), se correspondem a um só personagem ou a dois, os historiadores não têm chegado a uma conclusão definitiva.

Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

20 Comentários

  1. Obrigada por sua ajuda, texto claro, objetivo

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  2. MUITO BOM O TEXTO, BEM ESPECIFICO NAS PALAVRA...QUE DA PARA ENTENDERMOS BEM ...DESDE JA OBRIGADO...FICAM NA PAZ DO SENHOR JESUS..UM ABRAÇO

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  3. excelente,agregou e muito parabens!!!

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  4. Obrigado pelo texto rico em informações e direto... Pude entender minha dúvida sobre como ocorreu o exílio de Israel e de Judá.

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  5. Parabéns pelo texto, muito claro, rico em referências. Bem fundamentado, bem estruturado.

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  6. aproximadamente , quantas pessoas foram levadas em cativeiro? para Babilônia

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  7. Belo texto, grato pelos tempos que passou debruçado estudando pra nos trazer um texto riquíssimo.

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  8. alguem me pode dizer a data da primeira deportação de Israel? obrigado

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  9. Olá, pastor, a paz do Senhor. Sou Carlos, tudo bem?
    O senhor cita algo que me interessou grandemente: os judeus que não regressaram a Judá por causa da vida que levavam na Babilônia, acaso o irmão tem mais alguma referência desse evento, gostaria de estudar mais sobre isso. Obrigado!
    meu e-mail é edjesus05@yahoo.com.br

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  10. Obrigada, muito esclarecedor!

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  11. Sou católico , mas gosto muito de ler os artigos do Pr. Welfany Nolasco

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  12. Sou católico , mas gosto muito de ler os artigos do Pr. Welfany Nolasco

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  13. Parabéns por esplicar palavra muito boa quando lê na passagem de salmos 126 através desse palavra tô coriosa por essas passagens muito bom quando temos sede da palavra de Deus ele tem mim encomodando para sua
    palavra

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